Paris: Colóquio internacional "Da História às histórias: reler e rever a obra de Maria Isabel Barreno no século XXI"

Calendario
Camões, I.P.
Fecha
14.10.2025 - 15.10.2025
Ubicación
Paris, França

Descripción

O Centre de Recherches Interdisciplinaires sur le monde Lusophone (Crilus), a Cátedra do Camões, I.P. Lindley Cintra na Universidade de Paris Nanterre, em colaboração com a Cátedra do camões, I.P. Fernando Pessoa na Faculdade de Línguas Estrangeiras da Universidade de Bucareste, em parceria com o Leitorado de Português do camões, I.P. na U. Paris 8/Saint-Denis, o Instituto de Estudos de Literatura e Tradição – Patrimónios, Artes e Culturas (IELT), Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH - UNL), no âmbito do projeto “Escritoras de língua portuguesa no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal, África, Ásia e países de emigração", a Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian – Delegação em França, a Casa de Portugal-André de Gouveia, organizam o 1.° colóquio internacional "Da História às histórias: reler e rever a obra de Maria Isabel Barreno no século XXI", dedicado ao conjunto da obra de Maria Isabel Barreno.

O colóquio decorrerá nos dias 14 e 15 de outubro de 2025, entre as 9h00 e as 17h30, na Université Paris Nanterre – La Contemporaine e na Casa de Portugal-André de Gouveia, respetivamente.

No ano em que se inicia a publicação das suas obras completas pela Imprensa Nacional/Casa da Moeda (dir. Ana Rita Sousa), organiza-se o 1° colóquio internacional dedicado ao conjunto da obra da autora "Da História às histórias: reler e rever a obra de Maria Isabel Barreno no século XXI" e procuram-se trabalhos de âmbito transdisciplinar e comparatista que contribuam para o estudo desta autora e para o conhecimento de uma obra multifacetada, passível de abordagens pluridisciplinares a partir de estudos de género, pós-coloniais, interartísticos e culturais.

Maria Isabel Barreno (1939-2016) é uma figura incontornável do panorama cultural português dos séculos XX e XXI. Quando faleceu a maioria dos jornais e obituários falou da morte de “uma das três Marias” e quase exclusivamente da sua participação como uma das autoras do livro coletivo que abalou o regime ditatorial "Novas Cartas portuguesas" (1972). No entanto, desde a publicação do seu romance de estreia, "De noite as árvores são negras" (1968), publicou uma vasta e eclética obra que inclui 10 romances, 5 livros de contos, 2 novelas, 2 catálogos de exposições das suas obras plásticas e 1 livro de ensaios.

A sua obra situa-se numa fronteira complexa entre a ficção e o ensaio, como é o caso de "A Morte da mãe" (1979) ou "Um imaginário europeu" (2002), que desafiam os limites do género e se distribuem por diferentes formas. Além de uma forte componente feminista, evidente desde "Os Outros Legítimos Superiores" (1970), a obra de Isabel Barreno acompanha de forma crítica as grandes questões da construção e consolidação da democracia na sociedade portuguesa, da descolonização à integração na Europa, passando pela evolução da paisagem social e pela revisão das macroestruturas que balizaram o pensamento ocidental durante o século XX.

Além da sua produção artística em áreas que vão além da literatura, como a tapeçaria, o bordado e o desenho, não são menores as suas contribuições aos estudos sociológicos, entre 1962 e 1974, e que prosseguiu ainda na década de 1980, com dois estudos ainda hoje relevantes, "O Falso Neutro – sobre a desigualdade na educação" (1985) e "O Direito ao presente" (1988). A sua relevante produção artística e intelectual alia-se, ainda, a uma atividade cívica, em que se destacou como fundadora do Movimento de Libertação das Mulheres (MLM) em 1974 e Conselheira para a Educação na Embaixada portuguesa em Paris (1997-2003), contribuindo assiduamente para a televisão, cinema, jornais e revistas.

Mais informação e programa (em francês) aqui.