Triângulo do Mar – Encontros de Cultura e Afecto

O Instituto Camões – Centro Cultural Português, em Luanda acolhe, até ao dia 6 de Dezembro, um ciclo de documentários e concertos de jazz filmados, denominado “Triângulo do Mar: Encontros de Afecto e Cultura”, uma iniciativa do crítico e divulgador de jazz, Jerónimo Belo.

O ciclo de documentários e concertos filmados começou dia 29, com a exibição de “Regresso a Gorée”, um filme de Pierre Yves Bordeaud, que conta o périplo do cantor senegalês Youssou N’dour pelo trilho deixado pelos escravos africanos e a música que eles inventaram: o Jazz. O seu desafio é o de devolver a África um reportório de jazz e cantá-lo em Gorée- a ilha símbolo do tráfico negreiro, em homenagem às vítimas da escravatura.

Apoiado na sua missão pelo pianista tunisino Moncef Genoud percorre os Estados Unidos e a Europa. Acompanhados por músicos notáveis, encontram-se com imensa gente e figuras bem conhecidas, e através dos concertos, encontros e debates criam uma música que transcende as suas identidades culturais.

Na terça-feira é exibido o filme “Winton Marsalis & Richard Galliano”, de Billie Holiday a Edith Piaff, que retrata a história de duas mulheres com muitas cicatrizes na alma – Billie Holiday e Edith Piaff – que colocam no mesmo caminho um trompetista virtuoso (Winton Marsalis) e um acordeonista brilhante (Richard Galliano).

Mais do que um valioso “travelling” musical por vários tempos de duas cidades – Paris e Nova Iorque – este “Ao vivo em Marciac” não é apenas o regresso do acordeão à família do Jazz (Duke Ellington, Buddy DeFranco, Benny Goodman e Anthony Braxon já o tinham feito) via Marsalis, mas também um ardente tributo póstumo a duas vozes eternas (Billie e Edith) e uma apaixonante radiografia das mestiçagens que alimentam a identidade cultural do Jazz.

Durante o ciclo serão exibidos ainda os filmes “Herbie Hancock”, na quinta-feira, “Diana Krall ao vivo no Rio de Janeiro”, na sexta-feira, e “Miles Davis ao vivo”, no dia 6 de Dezembro, todos a partir das 18 horas.

Esta iniciativa cultural conta com o apoio de várias empresas nacionais e estrangeiras, e beneficia também da ajuda do Ministério da Cultura e do Instituto Camões – Centro Cultural Português.