Agustina na Biblioteca Digital Camões

Os Lusíadas lideram descarregamentos

Os Lusíadas, de Luís de Camões, continuam a ocupar o topo da lista dos livros e textos mais descarregados da Biblioteca Digital Camões (BDC), um mês depois do lançamento em linha desta, no âmbito de um projecto a que se somam novos parceiros, como a Guimarães Editores, que trará os romances de Agustina Bessa Luís à distância de um clique.

Número 135   ·   11 de Fevereiro de 2009   ·   Suplemento do JL n.º 1001, ano XXVIII

Agustina Bessa-Luís
Agustina Bessa-Luís
O poema épico, disponível em vários formatos, incluindo telemóvel, apresenta 2.249 descarregamentos, seguido pelas Danças populares portuguesas, de Tomaz Ribas, (1.933 descarregamentos), Nível Limiar, uma obra de João Malaca Casteleiro, Américo Meira e José Páscoa para o ensino/aprendizagem de Português Língua Segunda/Estrangeira (1.622), O simbolismo na obra de Camilo Pessanha, de Barbara Spaggiari (1.341) e Onde a Terra Acaba: Colectânea de Contos Portugueses, organizada por Teresa F. A. Alves e Teresa Cid (1.227).

Nível Limiar e a colectânea de contos portugueses foram as obras que mais subiram no número de descarregamentos em relação aos primeiros dias de funcionamento da BDC, afirmou o seu coordenador, Rui Vaz, também responsável pelo Centro Virtual Camões.

As categorias mais acedidas, contadas a partir da página de índice da BDC, foram Literatura (8,6%), História (7,9%), Música (4,9%) e Arte (4,6%), entre as 19 classificações temáticas existentes.

As parcerias que permitiram a constituição da BDC, que apresenta um fundo de cerca de 1.200 textos e partituras musicais, foram objecto da assinatura de nove protocolos a 22 de Janeiro, numa cerimónia que assinalou os 80 anos da génese do Instituto Camões (IC).

A Presidente do IC, Simonetta Luz Afonso, disse durante a cerimónia estar a instituição preparada para «responder aos novos desafios» que se colocam nos domínios da Língua e da Cultura Portuguesa no mundo, numa altura em que se reforçou o estatuto internacional do Português.

Essa foi aliás uma perspectiva que o professor José Paulo Esperança confirmou ao apresentar na cerimónia algumas conclusões do estudo que o IC encomendou ao Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE) sobre O Valor Económico do Português.

Em resposta às novas conjunturas, o IC tem desenvolvido «programas de formação, em Língua Portuguesa (LP), dos quadros de Organizações Internacionais», bem como de academias diplomáticas e parlamentos de diversos países, afirmou Simonetta Luz Afonso.

No continente americano, o IC desenvolve negociações com vista à constituição de uma «rede ibero-americana para a expansão de cursos de intercompreensão português/espanhol, nomeadamente através da Internet».

Reconhecendo que o actual estatuto da LP se deve «ao facto de ela ser pertença da CPLP», a Presidente do IC destacou a intervenção da instituição em três programas de Formação Contínua de Professores de Português: em Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique e evocou os esforços do IC para a certificação de professores dos países da CPLP para ensino do Português como Língua Estrangeira.

Cerimónia 80 AnosNeste processo, a Presidente do IC falou da «transição fundamental para sistemas de aprendizagem orientados para o utilizador» e do papel que aí têm as Tecnologias de Informação (TIC), sublinhando o papel do CVC e da renovada BDC.

Simonetta Luz Afonso dirigiu um apelo aos editores livreiros no sentido de disponibilizarem conteúdos e das vantagens que isso pode trazer às próprias empresas.

No que toca às estratégias de promoção cultural desenvolvidas pelo IC e pela rede diplomática e consular, pelos Centros Culturais e pela Rede de Docência/Centros de Língua Portuguesa, a Presidente do IC considerou que «a grande etapa é, sem dúvida, a comparência regular da arte portuguesa, seja cénica, plástica ou outra, em grandes eventos internacionais».

Na cerimónia que assinalou os 80 anos da génese do IC, com a criação a 16 de Janeiro de 1929 da Junta de Educação Nacional, interveio também a professora Fernanda Rollo, do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, que coordena o projecto de investigação da história do IC.