O Heterónimo que faltava

Número 141 · 29 de Julho de 2009 ·  Suplemento do JL n.º 1013, ano XXIX

 


III Encontro de Teatro dos Leitorados


Lusco-Fusco – Zagreb

 

 

 

É o seu 4º espectáculo de originais. O Heterónimo Que Faltava, criação colectiva do grupo de sete actores e um técnico, cujo texto final é de Sofia Campos Soares, leitora do Instituto Camões e responsável pelo Centro de Língua Portuguesa na Universidade de Zagreb (Croácia), prossegue a saga de montar espectáculos originais do grupo de teatro Lusco-Fusco, em que o divertimento é o registo dominante.

 

 

Número 141 · 29 de Julho de 2009 ·  Suplemento do JL n.º 1013, ano XXIX

 


III Encontro de Teatro dos Leitorados


Lusco-Fusco – Zagreb

 

 

 

encarte141gÉ o seu 4º espectáculo de originais. O Heterónimo Que Faltava, criação colectiva do grupo de sete actores e um técnico, cujo texto final é de Sofia Campos Soares, leitora do Instituto Camões e responsável pelo Centro de Língua Portuguesa na Universidade de Zagreb (Croácia), prossegue a saga de montar espectáculos originais do grupo de teatro Lusco-Fusco, em que o divertimento é o registo dominante.

Desta vez, à tradicional comédia de costumes, junta-se a temática pessoana dos heterónimos, em que «referências e frases de Fernando Pessoa percorrem toda a peça», que «gira em volta da terapia de grupo de cinco pacientes com ‘personalidades muito fragmentadas e problemáticas’». «Através de exercícios, a psicoterapeuta tenta encontrar o que falta a cada um dos pacientes para que se sintam completos, mas no fim de cada sessão chegam sempre à conclusão de que falta algo», refere a sinopse.

 

Desse grupo de pacientes faz parte um dramaturgo em situação de «bloqueio artístico» que toma notas continuamente, para incómodo dos restantes. No 4º acto ficamos a saber que está a escrever uma peça com base nestes pacientes em que conclui que Fernando Pessoa deveria ter criado «um outro heterónimo que faria com que o poeta se sentisse completo».

 

Estreada em Liubliana, a 6 de Junho, foi apresentada em Zagreb, a 10 de Junho, dia de Portugal e chega agora ao III Encontro de Teatro dos Leitorados.

 

 

 


O grupo

 

«Nascemos no dia 23 de Outubro de 2005, numa esquina da Vukovarska com a Savska, em Zagreb. A vontade de fazer teatro em português (e não termos mais nada que fazer!) juntou-nos e, desde então, ‘brincamos ao teatro’, escrevendo os nossos próprios textos», assim está resumido o surgimento do Lusco-Fusco.

 

A estreia foi feita com a apresentação, em 2006, em Viena e Zagreb, do texto original Aqui, hoje…!. Em 2007 apresentaram Quem matou o Chico Fininho? em Zagreb e em Lisboa, na 1ª edição do Encontro de Teatro dos Leitorados. Em 2008 MacBetos (nada a ver com Shakespeare…) foi apresentado em Liubliana, Zagreb e Oeiras, na 2ª edição do Encontro.

 

«Temos participado em encontros de teatro em Viena, Liubliana, Lisboa e Oeiras, nos quais, para além de apresentarmos o nosso trabalho, temos a oportunidade de frequentar workshops de teatro e, mais importante que tudo, de conhecer o trabalho de outros grupos que fazem teatro em língua estrangeira», diz Sofia Campos Soares.

 

«Nenhum dos membros tinha formação ou experiência em teatro, daí que o nosso trabalho espelhe um amadorismo consciente, que em muito inspira as nossas opções no palco, valorizando experiências pessoais vividas enquanto Lusco-Fusco, jogos linguísticos, inúmeras referências às nossas peças anteriores, com muita auto-crítica à mistura».