Luanda: Escritor do Mês na Biblioteca Camões - Cesário Verde

Calendário
Camões, I.P.
Data
02.12.2019 - 16.12.2019
Localização
Centro Cultural Português em Luanda

Descrição

Na 23. ª Edição/dezembro de 2019 do “Escritor do Mês na Biblioteca Camões”, nos dias 2 e 16 de dezembro de 2019, a partir das 10h00, no Centro Cultural Português em Luanda, será revisitada a obra de Cesário Verde.  

Cesário Verde, de seu nome completo José Joaquim Cesário Verde, poeta do concreto e de quadras simples, é um dos grandes percussores do modernismo em Portugal. Nasceu em Lisboa, em 1855, no seio de uma família abastada de comerciantes/agricultores. Frequentou o Curso Superior de Letras, que nunca concluiu. Foi um autodidata, embora a inclusão da sua poesia nas correntes estético-literárias mais representativas da época, o perfeito domínio da língua portuguesa, a riqueza e a precisão do vocabulário, o rigor, originalidade e adjetivação,  deixem supor um grau de cultura superior ao que adquiriu por iniciativa própria, ao acaso de leituras sugeridas por amigos ou escolhidas segundo motivações pessoais de momento. 

A aventura literária de Cesário Verde começou no "Diário de Notícias". Os seus versos publicados não foram bem recebidos  pelos seus contemporâneos e críticos literários. Ninguém estava preparado  para a sua poesia, tão  diferente da que se fazia na época, e das  correntes melodramáticas e românticas que a todos agradavam.

Cesário Verde transgredia na forma e no conteúdo. Preferia as quadras aos sonetos. Escolhia temas não poéticos, realidades prosaicas do quotidiano, que descrevia sem sentimentalismos, recorrendo a palavras comuns em vez de pesados vocábulos e frases de sentidos difíceis. Lisboa foi a  personagem principal dos seus poemas. O poeta observava atentamente o que se passava, filtrava e captava a cidade nos seus múltiplos ângulos e descrevia o que via em concisos instantâneos impressionistas. A mulher também ocupou um lugar primordial como tema da sua obra.   

Conhecido como o poeta da cidade de Lisboa, foi igualmente  o poeta da natureza anti literária, numa antecipação de Fernando Pessoa, que considerou Cesário Verde um vultos fundamentais da  história literária portuguesa.  

No seu tempo, foi ostensivamente ignorado. O reconhecimento e admiração vieram muito depois da sua morte, aos 31 anos, vítima de tuberculose. A sua poesia reunida no  volume "O Livro de Cesário Verde" foi publicada após a sua morte.