Lisboa: Exposição “Aflorar | Terra e Memória”

Descrição
A exposição “Aflorar | Terra e Memória” constitui uma etapa inaugural do projeto internacional Outcrop: Heritages in Transition. Desenvolvido em articulação com parceiros de Cabo Verde, França, Países Baixos, Portugal e São Tomé e Príncipe, este projeto internacional cruza arte contemporânea, práticas tradicionais, saberes intergeracionais e investigação antropológica, com especial enfoque na memória da migração forçada e na resiliência cultural em contextos pós-coloniais.
Cabo Verde ocupa um lugar central nesta proposta, destacando-se pela valorização da olaria tradicional – nomeadamente nas comunidades de Fonte Lima, Trás di Munti e Rabil – enquanto património vivo e expressão da criação e resistência feminina. A exposição apresenta os primeiros resultados de um processo colaborativo que se estenderá até 2027, incluindo residências artísticas, workshops, exposições e uma publicação interdisciplinar centrada na preservação da memória, na transmissão de conhecimentos e na promoção da cultura cabo-verdiana.
A exposição reúne peças das oleiras Natália, Luci, Ana Lina, Ângela, Laitina e Saturnina, bem como objetos criados por participantes dos workshops promovidos nos últimos anos em colaboração com o Oficinas do Convento, o Museu de Olaria de Barcelos e o Centro Cultural de Cabo Verde. Estes contributos constituem a base viva desta proposta artística, enraizada em práticas de criação partilhada e na valorização dos saberes locais.
O projeto conta ainda com a participação das artistas Virginia Fróis, Maja Escher, Marta Castelo e Anna Nunes, com curadoria de Ricardo Barbosa Vicente, Marta Clemente e Linda Malherbe, e investigação antropológica de Francisca Pinharanda Nunes. Coordenado por Raquel Carvalho, trata-se de um percurso expositivo, de investigação e criação artística em expansão, que crescerá de forma orgânica, envolvendo ativamente as comunidades no próprio processo criativo.
"Aflorar | Terra e Memória" estará patente na Sala de Exposições do Camões, I.P. (Avenida da Liberdade, 270, Lisboa), até 30 de junho de 2025, podendo ser visitada nos dias úteis, das 9h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h30.