África do Sul: Estudos Portugueses criados nas universidades de Pretória e Witwatersrand

Publicado em quinta-feira, 09 maio 2013 17:33

As universidades de Pretória e Witwatersrand (Joanesburgo), na África do Sul, vão criar em 2014 cursos major (licenciaturas) de Estudos Portugueses, na sequência de protocolos assinados este ano pelo Camões, IP.

Os protocolos fazem parte de um conjunto de 4 protocolos de cooperação assinados nos últimos dois meses entre o Camões, IP e diversas instituições da África do Sul para o ensino da língua portuguesa naquele país do extremo sul do continente africano.

«O interesse crescente na aprendizagem do português na África do Sul e a oferta cada vez mais acentuada de cursos por parte de instituições universitárias sul-africanas reflete a enorme importância estratégica que a língua portuguesa tem, não só no país, mas em toda a região da SADC [Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral]», afirma Rui Vicente de Azevedo, coordenador do Ensino Português na África do Sul, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué.

A SADC inclui além da África do Sul, Botsuana, RDC, Lesotho, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Namíbia, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué, dois países de língua oficial portuguesa – Angola e Moçambique.

O protocolo com a Universidade de Pretória, onde já está colocado um leitor indicado pelo Camões, IP, Miguel Gullander, prevê a criação de um curso major em Estudos Portugueses nos programas de BA (Bachelor of Arts) na Faculdade de Humanidades da Universidade, a partir de 2014. O curso major em Estudos Portugueses é essencialmente destinado aos estudantes que tenham realizado o exame de Português como second additional language no 12.º ano (Matric)

O protocolo estabelece igualmente a oferta de cursos de formação de professores de língua portuguesa nos cursos de graduação da Faculdade de Educação, a partir de 2015 e a Universidade de Pretória propõe-se ainda oferecer aulas de Português como curso livre a estudantes que não tenham conhecimento prévio da língua, já a partir do dia 20 de maio.

Um outro protocolo foi celebrado com aquela que é para muitos a mais prestigiada universidade sul-africana, Witwatersrand, de Joanesburgo. O documento prevê a criação do curso major em Estudos Portugueses no quadro da lógica de integração do português como língua estrangeira no currículo escolar da África do Sul.

Permitirá a uma parte dos 120 alunos dos cursos de Língua Portuguesa já existentes na universidade, onde se encontra a lecionar uma leitora indicada pelo Camões, IP, Ana Rocha, a continuação dos seus estudos até à conclusão do grau de licenciatura nas variantes de Ensino e/ou Tradução e Interpretação.

 

Cooperação com a Alliance Française

De forma a poder dar resposta à procura crescente de aulas de língua portuguesa pelo público adulto, foi iniciado em 2011 um programa de cooperação com as Alliance Française na África do Sul, com vista ao ensino de Português Língua Estrangeira (PLE) nas suas instalações. «O início destes cursos permitiu responder à solicitação do público sul-africano e lusodescendente que demonstrou um elevado grau de procura pela aprendizagem da língua portuguesa», declara Rui Azevedo.

Depois de Pretória, da Cidade do Cabo e de Joanesburgo, o protocolo assinado este ano com a Alliance Française de Durban é o último dos instrumentos de cooperação com aquela instituição francesa na África do Sul.

O coordenador do Ensino Português na África do Sul salienta que, «até ao momento, já beneficiaram deste programa, cerca de 150 alunos nas áreas de Pretória, da Cidade do Cabo e de Joanesburgo. Espera-se que com o alargamento à área de Durban, em 2013, possam estar abrangidos mais de 200 alunos».

Um último protocolo foi celebrado com a Gauteng Growth and Development Agency (GCDA), um agência de promoção do desenvolvimento na província de Gauteng, no centro norte do país, de que fazem parte as cidades de Pretória e Joanesburgo.

O protocolo estabelece o ensino de cursos de língua portuguesa a funcionários da instituição e a outros eventuais parceiros económicos, facultando aos quadros técnicos e dirigentes da GGDA níveis de competência em língua portuguesa para os negócios com parceiros lusófonos.

As aulas do primeiro curso terão início a 13 de maio, decorrerão nas instalações da instituição em Joanesburgo e contam já com 28 alunos, distribuídos por duas turmas. Tal como previsto no Protocolo, serão dois professores da rede EPE de Joanesburgo a assegurar os cursos nesta instituição.