O programa FRESAN despediu-se oficialmente a 2 de dezembro de 2025, em Luanda, na sessão "FRESAN - Resultados e Perspetivas Futuras", após sete anos de trabalho conjunto entre Angola, Portugal e a União Europeia.
Na intervenção de encerramento, o Embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, destacou que o FRESAN “não foi apenas uma resposta à seca ou à insegurança alimentar e nutricional, mas um modo de fazer multissetorial, multinível e multiatores, com liderança nacional, provincial e local”. Um modo de fazer que uniu instituições, técnicos e comunidades em torno de um mesmo propósito: reforçar as capacidades locais e construir soluções sustentáveis a partir do território.
Entre os legados estruturais do programa, sublinhou-se a aprovação da nova Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ENSAN II), que assegura a continuidade das capacidades e mecanismos fortalecidos ao longo do FRESAN. Neste âmbito, foram formados 3000 agentes públicos, apoiadas 23 administrações municipais na planificação multissetorial e desenvolvidos instrumentos técnicos que hoje orientam a ação dos serviços provinciais e municipais. Ainda na área da nutrição, foi desenvolvida a primeira Tabela de Composição de Alimentos do Sul de Angola e produzido o primeiro pacote pedagógico de nutrição, atualmente utilizados em unidades de saúde e escolas.
O impacto do programa espelha-se, ainda, em mais de 16 mil agricultores e pastores capacitados em práticas agrícolas sustentáveis, que foram replicadas em mais de 4000 hectares de lavras familiares; 314 Escolas de Campo criadas e que hoje integram os serviços públicos de extensão rural; mais de 500 infraestruturas de água construídas ou reabilitadas que garantem o acesso regular a água a cerca de 300 mil pessoas e a mais de 1 milhão de animais.
O FRESAN é uma iniciativa do governo de Angola, financiada pela União Europeia, cogerida pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. Pretende contribuir para a redução da fome, pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional no Cunene, Huíla e Namibe, sobretudo através do reforço da resiliência e produção agrícola familiar sustentável, da melhoria da situação nutricional das famílias e apoio ao desenvolvimento de capacidades nas instituições.
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