Angola: Lançamento do Volume III de “Angola, O Nascimento de Uma Nação - O Cinema da Independência”

Publicado em quinta-feira, 14 abril 2016 18:23

No dia 26 de abril, às 18h30, no Centro Cultural Português/Camões, I.P. em Luanda, será lançado o III Volume da obra O Nascimento de Uma Nação – O Cinema da Independência, coordenado por Maria do Carmo Piçarra e Jorge António.

Este Volume traça uma panorâmica da história do Cinema da Independência, desde 1975 até aos dias de hoje, através dos contributos de José Mena Abrantes, Rós Gray, Tatiana Levin e Maria do Carmo Piçarra, e entrevistas a Sarah Maldoror e Jorge António.

José Mena Abrantes faz uma análise sob o tema “Cinema angolano: um passado com o futuro sempre adiado”, dividindo a história do cinema em três períodos distintos. O primeiro, do pós-independência, até 1985, marcado por um forte dinamismo, quer na produção, quer na formação de quadros da TPA, da Promocine e da equipa Ano Zero, distinguindo-se entre os pioneiros do cinema, Ruy Duarte, António Ole e Asdrúbal Rebelo.

O segundo período é considerado um “impasse”, entre 1985-2000, sendo o terceiro, de 2001 a 2005, caraterizado por “sinais de revitalização”, pelas expectativas criadas com o fim da guerra em Abril de 2002. Destaca neste período a realização de três longas- metragens: O Comboio de Canhoca de Orlando Fortunato, A Cidade Vazia de Maria João Ganga e O Herói de Zézé Gamboa, que receberam prémios internacionais.

Rós Gray traça um quadro genérico da colaboração recebida no âmbito da solidariedade internacional, particularmente de Cuba e de França. A investigadora Tatiana Levin concentra-se no cinema atual produzido em Angola, quer pelo movimento da periferia, designado “cinema da poeira”, quer por alguns realizadores consagrados. A investigadora Maria do Carmo Piçarra foca-se na obra de Ruy Duarte, destacando o “cinema de urgência” do cineasta-poeta, que procurava uma linha de equilíbrio entre dois dinamismos – o do tempo mumuíla e o do presente angolano.

A obra termina com entrevistas à investigadora Sarah Maldoror, considerada a matriarca do cinema africano e a primeira realizadora negra, e a Jorge António, realizador estrangeiro que nos últimos vinte anos mais se tem dedicado ao cinema angolano e que, citando Maria do Carmo Piçarra, filmar Angola, muito para além de filmar em Angola, define o seu modo de fazer cinema.