"Camões dá que falar" com António Vitorino

Publicado em sexta-feira, 11 setembro 2020 18:30
O Diretor-Geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino, foi o convidado da sessão do “Camões dá que falar” sobre o “impacto da pandemia na Agenda 2030 — o caso das migrações”, que decorreu no dia 10 de setembro de 2020, no Auditório do Camões, I.P. e de forma virtual.
O Diretor-geral da OIM acredita que a pandemia de Covid-19 vai criar várias velocidades de mobilidade das pessoas, entre os países, e que poderá deixar para trás os menos desenvolvidos.
António Vitorino disse estar preocupado com o impacto da atual crise sanitária global, referindo o exemplo do modo como os migrantes estão a ser vítimas de políticas discriminatórias, no apoio dos Estados aos cidadãos.
 
“Um dos grandes problemas num futuro próximo vai ser o da mobilidade das pessoas”, disse António Vitorino, mencionando as preocupações das autoridades sanitárias na procura de bloqueio da propagação do novo coronavírus. E as restrições de mobilidade afetam, inevitavelmente, os milhões de migrantes que ficam em situação mais difícil com esta pandemia.
 
“Em vez de ter diminuído, o fluxo de migrantes entre África e a Europa aumentou, nos últimos meses, explicou o Diretor da OIM, acrescentando que se verificou mesmo um fluxo nos dois sentidos, com alguns migrantes a tentar regressar aos seus países de origem, perante os sinais de agravamento da crise sanitária.
 
António Vitorino mostrou-se particularmente preocupado com o facto de alguns países não se demonstrarem capazes de lidar com o controlo da mobilidade em tempos de pandemia, aumentando o fosso entre os mais e os menos desenvolvidos.
 
O Diretor-geral da OIM salientou o esforço das organizações internacionais no combate à pandemia, procurando exatamente centrar o seu apoio nas diferentes comunidades de migrantes, com vários milhões de dólares. Muito deste dinheiro, contudo, está a ser retirado do programa Agenda 2030, comprometendo os objetivos deste projeto.
“O esforço financeiro que está agora a ser feito vai, certamente, prejudicar o programa Agenda 2030 no final desta década”, reconheceu António Vitorino.
 
No Auditório do Camões, I.P. estiveram presentes as Secretárias de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e da Integração e para as Migrações, Cláudia Pereira, e dirigentes da administração pública.
 
Com Lusa
 
(Re)veja aqui a gravação da sessão.
 
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