Empreendedorismo e inovação nos países africanos lusófonos debatido em seminário em Londres

Publicado em quarta-feira, 21 novembro 2012 11:29

O papel do empreendedorismo, da inovação, da ciência e da tecnologia no desenvolvimento económico dos países africanos de língua portuguesa vai ser o foco do seminário organizado a 23 de novembro em Londres, entre outras entidades, pelo Centro Camões do King’s College London, e que terá uma intervenção de abertura do secretário executivo da CPLP, o diplomata moçambicano Murade Murargy.

A antiga ministra da Educação Superior, Ciência e Tecnologia de Moçambique Lídia Brito, atualmente diretora da Divisão de Política e Capacitação em Ciência da Unesco será por seu lado o orador principal do seminário que tem como tema Empreendedorismo, Inovação, Ciência e Tecnologia nos Países da África Lusófona.

Segundo Luísa Pinto Teixeira, diretora do Camões Center for Studies in Portuguese Language and Culture do King’s College da capital britânica, o encontro «reúne uma mão cheia de notáveis na área da ciência e tecnologia, inovação e lusofonia», de que destaca ainda a participação no encerramento do professor Martin Bell, da SPRU - Science and Technology Policy Research Unit da Universidade de Sussex.

O seminário, que conta ainda com a colaboração da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, «solidifica a cooperação» com o SOCIUS/ISEG, outra das entidades organizadoras, com a qual o Camões IP tem um protocolo, e assegura ao Centro Camões do King’s College uma presença no mapa académico internacional, diz Luísa Pinto Teixeira.

Na sua intervenção Lídia Brito, engenheira florestal de formação, vai defender que, neste momento, em que a «a África, em geral, e alguns países da África lusófona, em particular, estão em movimento», «as políticas de inovação, ciência e tecnologia e de colaboração científica internacional desempenham um papel crucial para desencadear, através da inovação e do empreendedorismo, a energia social necessária para o desenvolvimento sustentável» e a erradicação da pobreza. Isto, apesar de um contexto marcado pelas incertezas relacionadas com as alterações climáticas e as crises energética, financeira e alimentar.

No seminário serão ainda apresentadas três outras comunicações numa sessão que será presidida por Fausto Carvalho Simões diretor da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, de Angola – outra das entidades organizadoras.

São elas: New indicators of economic development, innovation and extroversion: Portuguese-speaking African countries through the lens of trademarks and the case of Angola, da autoria de Sandro Mendonça (ISCTE/IUL), com Manuel Ennes Ferreira (SOCIUS/ISEG) e Fausto Carvalho Simões(FEC/UAN), How to leverage the potential growth of SMEs in Mozambique, da autoria de João Noronha (EUROSIS – Consultoria e Formação em Gestão, Moçambique) e Comparative indicators of S&T capacities in Lusophone African Countries, da autoria de Ana Ponte (Ministério da Educação e Ciência, Gabinete do secretário de Estado da Ciência, Portugal) com Manuel Ennes Ferreira (SOCIUS/ISEG) e Sandro Mendonça (ISCTE/IUL):

De acordo com os académicos que convocaram o seminário – Luísa Pinto Teixeira, Manuel Ennes Ferreira e Sandro Mendonça – desde o início do século que o desenvolvimento de África apresenta «vários sinais otimistas», mas «a mudança das características estruturais das economias africanas implica», em seu entender, «um papel mais dinâmico do setor privado e uma prioridade à educação».

Os países africanos lusófonos não são exceção e «o papel que o empreendedorismo pode ter nestes países, bem como a importância que a inovação, a ciência e a tecnologia devem ter como base para o desenvolvimento merecem ser considerados como pontos focais», a serem abordados no seminário.

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