Brasil: 6ª edição do Festlatino no Recife

Publicado em segunda-feira, 22 outubro 2012 17:07

Os objetivos e os resultados da expansão da língua portuguesa no mundo é o tema de uma das duas palestras que a Presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Ana Paula Laborinho, profere terça-feira, 23, na 6ª edição do Festlatino que hoje arrancou no Recife, Brasil.

Durante três dias, tendo como palco a Caixa Cultural Recife, a Universidade Federal Rural de Pernambuco, o Gabinete Português de Leitura e a Aliança Francesa do Recife, o VI Congresso do Movimento Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas reúne um conjunto de personalidades para debater temas das culturas neolatinas.

Entre a trintena de conferencistas presentes estarão académicos e responsáveis políticos e culturais do Brasil, Portugal, Espanha (incluindo Galiza e Catalunha), Cabo Verde, Senegal, Uruguai, Argentina, Bélgica e Roménia.

São esperadas intervenções do secretário executivo da CPLP, o embaixador moçambicano Murade Murargy, que falará das perspetivas de diálogo entre a América do Sul e a CPLP, da antiga ministra da Cultura de Portugal e atual secretária-geral do Festlatino, Isabel Pires de Lima, que abordará O poder da literatura no diálogo intercultural, e do embaixador da República do Cabo Verde, Daniel Antonio Pereira, que focará, nomeadamente, A unificação ortográfica e a consolidação da democracia nos Países Africanos de expressão portuguesa.

Entre os portugueses presentes no evento estarãoJosé Manuel Costa Esteves, responsável da cátedra Lindley Cintra/Camões IP, na Universidade Paris Ouest Nanterre la Defense, que dissertará sobre Os desafios e oportunidades para o ensino da língua portuguesa na França, e a atriz e escritora Lourença Baldaque, com uma comunicação intitulada Cy Twomby em Roma: a fusão entre a gestualidade do pintor e o imaginário clássico.

A lista de personalidades que falará durante o Festlatino compreende ainda o diretor do Instituto Ramon Lull, de Barcelona, na Catalunha, Vincenç Villatoro, que proferirá uma alocução com o tema Lengua compartida y cohesión social. El modelo catalán, a vice-presidente do Conselho de Cultura da Galiza, Rosario Álvarez, que se debruçará sobre a origem, história e presente da língua galega, o embaixador do Senegal no Brasil El Hadji Abdoul Aziz Ndiay, que focará o encontro das línguas francesa e portuguesa no seu país, a ministra de Estado da Cultura da Colômbia, Mariana Garcés, e o antigo ministro da Ciência e da Tecnologia do Brasil, Roberto Amaral.

Durante a realização do Festlatino, a a exposição Azulejo Português. Diálogos Contemporâneos, preparada pelo Museu do Azulejo em parceria com o Camões IP, será mostrada no Gabinete Português de Leitura do Recife até 31 de Outubro.

Na abertura do Festlatino, na Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, está previsto o lançamento de livros do Instituto Internacional de Macau, de onde é esperada a presença de dois representantes do gabinete do Secretário para Assuntos Socias e Cultura da Região Autónoma Especial, K. T Man e Luísa Costa Ferreira.

O Movimento Festlatino foi idealizado e é coordenado pelo escritor e historiador Humberto França, beneficiando de apoios públicos e privados brasileiros. Na sua origem esteve a consideração de Humberto França de que «o Brasil é o país que concentra a maior população de neolatinos falantes no mundo, quase duzentos milhões de habitantes» e que «necessita fortalecer e ampliar os seus laços culturais» na América Latina, Europa e África.

O Presidente de Honra do movimento, segundo indica o blogue da organização, é o antigo Presidente da República, Mário Soares, que «preside um conselho formado por vinte e seis personalidades do mundo da cultura e línguas de doze países».

O Festlatino define-se como «um movimento cultural, literário e educacional». Realiza, anualmente, um congresso no Recife, no Brasil, e seminários preparatórios em países e regiões autónomas de línguas neolatinas, com a finalidade de «fomentar o diálogo cultural entre os países e regiões de línguas e culturas neolatinas da Europa, África, Américas e Ásia».

Desde 2010, o movimento reclama a realização de cinco congressos internacionais no Recife e doze seminários internacionais em cidades de três continentes: Paris, Buenos Aires, Maputo, Constança, Bucareste, Macau, Lisboa, Porto, Aveiro, Mendoza Montevidéu e Santiago de Compostela.