Lisboa acolhe 2ª Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial

Publicado em quinta-feira, 24 outubro 2013 14:03

A afirmação do português em organismos internacionais, na divulgação científica e comunicação digital vai dominar a 2ª Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que se realiza a 29 e 30 de outubro na Reitoria e na Faculdade de Letras da Universidade Lisboa.

Este evento reunirá mais de 300 participantes, entre responsáveis políticos, institucionais, investigadores e académicos, na sua maioria provenientes dos oito Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A presidente da comissão organizadora e do Camões - Instituto de Cooperação e da Língua, Ana Paula Laborinho, afirmou, em conferência de imprensa realizada em setembro último, que um dos objetivos do encontro é avaliar a aplicação do Plano de Ação de Brasília, aprovado em 2010, na Primeira Conferência.

"Agora estamos no patamar da difusão do português e da sua afirmação como língua internacional, presente em vários organismos internacionais", como a ONU, a União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), disse.

Na comunicação digital, a língua portuguesa "é a quinta mais usada na Internet e a terceira nas redes sociais como o Facebook e o Twitter, o que demonstra a sua importância", sublinhou Ana Paula Laborinho.

Na conferência será aprovado um documento formal, o Plano de Ação de Lisboa, que vai incluir uma introdução, de caráter político e programático, a avaliação da aplicação do Plano de Ação de Brasília e as recomendações para o futuro da língua portuguesa, no âmbito de organizações internacionais, científico, da inovação, dos negócios e do empreendedorismo.

Ana Paula Laborinho destacou a importância do trabalho de todos os membros da CPLP na realização desta conferência. "Durante estes dias - 29 e 30 de outubro - queremos que Lisboa seja uma cidade CPLP. Por isso, haverá um programa paralelo com várias iniciativas", disse.

O presidente da comissão científica da conferência, Ivo José de Castro, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), destacou que a organização aceitou 100 candidaturas para apresentação de comunicações livres, das quais selecionou 70.

"O facto de termos 100 candidaturas é, em si, um êxito", declarou.

A principal temática das comunicações selecionadas refletem fundamentalmente os problemas relacionados com o ensino do português, como língua estrangeira, e nas comunidades de emigrantes, disse.

"Esta conferência vai servir para percebermos onde está o interesse e as tendências" relativas à afirmação do português a nível internacional, no âmbito do ensino ou da esfera digital, e que "deverão integrar o Plano de Ação de Lisboa", afirmou.

O Plano de Ação de Lisboa vai apresentar recomendações sobre o futuro da língua portuguesa, abrangendo o desenvolvimento científico, a inovação, o empreendedorismo e os negócios, a utilização em organizações internacionais e na cooperação entre os países-membros da CPLP, diásporas e comunidades.

O secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, lembrou que o "Plano de Ação de Lisboa vai ser aprovado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros [dos oito países-membros], a 04 de novembro, na sede da organização e endossado para a cimeira de Díli".

Na reunião extraordinária de Lisboa, os chefes da diplomacia da CPLP vão propor o Plano de Ação de Lisboa para aprovação na próximo cimeira da CPLP, na capital de Timor-Leste.

A conferência de Lisboa vai reunir mais de 300 participantes, entre especialistas e responsáveis políticos e institucionais de vários países.

Além das mesas de apresentação das 70 comunicações livres selecionadas pela organização, destacam-se a palestra de abertura, pelo ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, António Correia e Silva, e o encerramento, a cargo do administrador da Fundação Calouste Gulbenkian e antigo ministro da Educação português, Eduardo Marçal Grilo.

Fonte: LUSA