Morreu o poeta brasileiro Manoel de Barros

Publicado em quinta-feira, 13 novembro 2014 15:39

O poeta brasileiro Manoel de Barros, nome maior da literatura em língua portuguesa, morreu aos 97 anos, na manhã do dia 13 de novembro de 2014, em Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil.

Manoel Wenceslau Leite de Barros foi também advogado e fazendeiro. Nasceu em Cuiabá, no Beco da Marinha, às margens do rio Cuiabá, em 19 de dezembro de 1916. Publicou o seu primeiro livro, "Poemas concebidos sem pecado", em 1937. Seu último volume, "Escritos em verbal de ave", saiu em 2011.

Em novembro do ano passado a editora Leya lançou a obra completa do poeta, sob o título “A biblioteca de Manoel de Barros”. São, ao todo, 18 volumes. A edição especial incluiu um poema até então inédito, “A turma” (2013), o último escrito pelo autor. A coleção também trazia os cinco livros infantis escritos pelo poeta.

O perfil do poeta na página eletrónica da Leya - Brasil destaca que em 1966 ele ganhou o Prémio de poesias com "Gramática Expositiva do Chão". Em 1998, foi distinguido com o Prémio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura brasileiro, pelo conjunto da obra.

Ao longo da sua carreira de sete décadas, ganhou o Prêmio Jabuti duas vezes, em 1990 e 2002, com as obras "O guardador de águas" (1989) e "O fazedor de amanhecer" (2001). Em 2000, foi premiado pela Academia Brasileira de Letras.

Ainda segundo a Leya, Manoel de Barros teve a sua obra publicada em Portugal, Espanha, França e Estados Unidos. Em 2008, foi tema do documentário "Só dez por cento é mentira", de Pedro Cezar.

 

“A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei.

Meu fado é o de não saber quase tudo.

Sobre o nada eu tenho profundidades.

Não tenho conexões com a realidade.

Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.

Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).

Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.

Fiquei emocionado.

Sou fraco para elogios.”

 

Tratado geral das grandezas do ínfimo, Manoel de Barros