Morreu o realizador José Fonseca e Costa

Publicado em segunda-feira, 02 novembro 2015 07:42

José Fonseca e Costa, um dos nomes mais importantes do “Cinema Novo” em Portugal morreu no dia 1 de novembro de 2015, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de pneumonia na sequência de uma pré-leucemia.

O cineasta nasceu a 27 de junho de 1933 em Angola, tendo-se mudado para Lisboa em 1945. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, mas não terminou o curso para se dedicar à sétima arte, uma paixão que durou toda a sua vida.

O seu percurso profissional tem início em Itália, nos anos 60, num estágio com Michelangelo Antonioni no filme “L' Eclisse” (“O Eclipse”). Inicialmente, ficaria conhecido pelo seu trabalho como documentarista e realizador de filmes publicitários. Sócio-fundador do Centro Português de Cinema, é um dos pioneiros do movimento do Novo Cinema em Portugal.

Participou no filme coletivo do pós-25 de abril, “As Armas e o Povo”, em 1975, uma colagem de imagens recolhidas entre os dias 25 de abril e 1 de maio de 1974. Realizou “Os Demónios de Alcácer Quibir” (1976), “Sem Sombra do Pecado” (1983), “Balada da Praia dos Cães” (1986″), “A Mulher do Próximo” (1988), “Cinco Dias, Cinco Noites” (1996) e “O Fascínio” (2003).

A última ficção foi “Viúva Rica Solteira Não Fica” (2006), tendo concluído em 2009 “Mistérios de Lisboa or What the Tourist Should See”, feito a partir de trechos escolhidos do guia What the tourist should see e de excertos de poemas de Álvaro de Campos, numa homenagem a Fernando Pessoa.

José Fonseca e Costa foi ainda dirigente da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais, presidente do Conselho de Administração da Tobis Portuguesa e representante no Conselho de Opinião da RTP, eleito pela Assembleia da República, em 2000.

A 09 de outubro de 2014, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu-lhe o prémio de carreira.

José Fonseca e Costa deixa a meio uma Longa-Metragem. O realizador estava a dirigir o filme “Axilas”, baseado num conto de Ruben da Fonseca, com produção de Paulo Branco e argumento de Mário Botequilha.