São Tomé acolheu, entre os dias 26 e 29 de maio de 2025, o Ciclo de Cinema e Oficina “Memórias Assombras – Narrativas do Trabalho Forçado nas Roças de São Tomé e Príncipe”, uma iniciativa do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES), em parceria com o Camões – Centro Cultural Português (CCP) em São Tomé e a Associação Roça Mundo.
No ano em que se celebram os 50 anos de independência de São Tomé e Príncipe, este evento promoveu um espaço de debate e reflexão sobre a história e a memória do trabalho forçado nas plantações do arquipélago.
O ciclo de cinema contou com a exibição de cinco filmes: “O canto do Ossobó”, de Silas Tiny; “Banzo”, de Margarida Cardoso; “S. Tomé: Os últimos contratados”, de Leão Lopes, exibido no CCP em São Tomé; “Serviçais, das memórias às identidades”, de Nilton Medeiros; e “Contrato”, de Guenny Pires, exibido no Espaço Cacau.
De entre estes, destaque para a estreia do filme “Banzo”, de Margarida Cardoso, que nos transporta para o início do século XX, onde os trabalhadores contratados das roças de cacau sofriam de um misterioso mal, uma profunda melancolia — o "banzo" — resultante da separação forçada das suas terras natais. Contando com a presença da realizadora, o filme estreou no dia 28 de maio, no CCP em São Tomé, com um auditório lotado, com a presença de vários dos atores e figurantes santomenses que participaram no filme.
O Camões – Centro Cultural Português em São Tomé promoveu também duas outras exibições, na Roça Água Izé e na Roça Diogo Vaz, numa apresentação do filme às comunidades que participaram nas filmagens, em 2022.
Durante este dias, tiveram igualmente lugar duas oficinas, no Espaço CACAU, com a participação dos académicos Miguel Cardina, Natália Umbelina e Nazaré Ceita, que abordaram a temática das memórias da perspetiva da investigação histórica e académica. Também na Universidade de São Tomé e Príncipe, decorreu uma oficina na qual a realizadora Margarida Cardoso, a poetisa Conceição de Deus Lima e o artista plástico Olavo Amado, apresentaram os seus trabalhos que, nas várias vertentes artísticas, abordam a estética cultural e artística da representação do trabalho forçado nas roças de São Tomé e Príncipe.
Esta iniciativa contou com o apoio do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P.
Fotos: © CCP São Tomé
